28 – Racionalidade da Sabedoria Popular

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
27 – Um capiau em Paris – 14 crônicas
02/04/2020
29 – O Vigário e o benzedor
02/04/2020

Só voltando a respeitar a sua natureza e a do meio o ser humano se livrará da extinção.

G.Fábio Madureira

Os atuais modelos de sociedade, de conhecimento e de desenvolvimento estão completamente em xeque. Em xeque, portanto, nosso modelo de racionalidade. E não é mais questão de discussão e argumento. É algo visível e a olho nu. Nem mais precisa de termômetro. O planeta arde em febre. E essa febre pode destruí-lo, levando de roldão a raça humana! É o dilúvio de fogo!

A chamada civilização construiu progressivamente uma forma de se viver e de se conviver alicerçada na agressão à natureza. Essa nem sempre revida. Mas sempre vinga. É o que sempre ensinou a sabedoria popular. E estão aí, estampados todos os dias em nossa mídia, os sinais de que chegou a vez da vingança da natureza.

É hora, pois, de mudarmos nossa forma de viver. Ou construímos um novo jeito, com base no respeito à natureza, ou seremos extirpados da face da terra.

Para essa nova forma, esse novo paradigma, muito tem a contribuir a sabedoria popular. Essa, sim, sempre assentou sua evolução e o desenvolvimento de seu saber no respeito à natureza. Não apenas à natureza ambiente. Mas, sobretudo, à própria natureza humana. E vem daí sua facilidade em compreender a necessidade de se respeitar a outra natureza, a que nos rodeia, a ambiental.

Tudo isso porque, em buscando respeitar sua própria natureza, o homem da sabedoria popular sempre sacou que, se, por acaso ou ignorância, a agredia, terminava por produzir uma energia que o impotencializava para a vida. Seus sentidos se atrofiavam, seu vigor diminuía, suas relações se deterioravam, sua interação com outras dimensões da realidade se embotava, sua vida deixava de ter qualidade. Daí a importância que a sabedoria popular sempre deu às práticas de descarrego: toda forma de se livrar dessa energia material humana mortal/negativa.

Essa percepção da dimensão de energia da matéria possibilitou-lhe, também, evoluir numa visão sistêmica e dialética de mundo. Energia não tem fronteiras: nem de espaço, nem de tempo. Dessa forma, passamos a ver que tudo está interligado e interagindo. E se assim é, não há lugar nem para agressão nem para o desperdício. Afinal, se meu gesto interfere no todo, prejudicando, também eu estarei me prejudicando.

Como vêem, temos muito a aprender com a sabedoria popular. E com urgência!

Não só para impedir a destruição do planeta, com a nossa conseqüente autodestruição, mas, principalmente, para podermos adquirir uma verdadeira qualidade de vida.

E esse aprendizado passa pela incorporação do conceito de energia material humana à nossa visão de vida, a fim de sabermos nos livrar da mortal/negativa para podermos, de fato, cultivar a vital/positiva. É nesse cultivo que se encontra o segredo da verdadeira dimensão do prazer.

Por tudo isso, o ideal de modelo a ser buscado na Sabedoria Popular era o da pessoa enxuta. Daí a poesofia que se segue: ENXUTO. Quem não guarda mágoa, má-água, porque não alimenta a energia material humana mortal/negativa, prucurando cultivar as virtudes.