21 – Santa Maria, rogai por nós!

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
20 – Ao vencedor as batatas!
02/04/2020
22 – Enegrecimento
02/04/2020

Reflexão sobre a tragédia do incêndio da boate Kiss de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2013.

Santa Maria, rogai por nós!

G.Fábio Madureira

            Não se trata de Maria, mãe de Jesus, apesar de viver solicitando sua intercessão.E ai de nós não fora sua proteção! Afinal, qual filho não atende à sua mãe. E Ela irá, com toda certeza, confortar várias famílias hoje enlutadas. Mas não pedirá para seu Filho interferir no plano humano para consertar-lhe os desvios e desvãos. Isso cabe a nós. Com nossa inteligência, nossa perseverança e nossa união.

Falo, pois, de Santa Maria, sede da grande tragédia. E apelo não para que se atualizem as normas e procedimentos de segurança. Certamente isso será feito e, de alguma forma, já está sendo.

Apelo, sim, para todos e, em especial, para nossas autoridades, a fim de que tomem consciência das causas primeiras dessa medonha tragédia.

Tive a felicidade de ter uma infância vivenciada nos valores da sabedoria popular. E o seu principal ensinamento é que as coisas e pessoas não valem pelo que parecem. Para você bem viver carece buscar e sacar o espírito das coisas e, principalmente, das pessoas.

.           Isso me permitiu ter uma visão crítica ao me inserir num sistema educacional que não ultrapassa as aparências e as regras. O que me obrigou a buscar entender a razão básica do vazio desse saber hegemonicamente difundido e, geralmente, através de um discurso bonito e bem articulado. Mas um discurso que, no fritar dos ovos, conduz a um relativismo total dos valores que podem sustentar uma pessoa e humanizar uma coletividade.

Tal relativismo barato se deve a um saber que evoluiu num processo histórico de negação da dimensão de energia na matéria, especialmente, na materialidade humana. E sem essa dimensão de energia, não há valor que se sustente.

Ao desconhecer o funcionamento de minha dimensão energética, torno-me totalmente dependente do outro para vivenciar os meus instintos de sobrevivência e de preservação. Sou estrangeiro do meu próprio desejo.  Por isso vivo me agredindo. Nem consigo distinguir prazer de alívio! Muito menos sei o que seja virtude! Com isso, passo a depender do outro pra me dizer o que é melhor e mais apropriado para mim. Mas como o outro também desconhece meu desejo, seu receituário certamente não dará certo. Jamais me tornarei sujeito de mim mesmo e sempre o outro será culpado de minha infelicidade. E, portanto, o importante é que eu seja o mais esperto possível e me aproveite de tudo de todos. E se eu mesmo vivo me agredindo, por que não agredir o outro, o meio e esta tal de natureza?

Se as pessoas não estão mais aprendendo a viver consigo mesmas, como saberão conviver com os outros? Não há evento, não há comunidade, não há sociedade que se sustente. E tudo vira tragédia. Nem mais humor existe! Muito menos amor!

Se na minha apresentação tenho a chance de usar um sinalizador de R$2,50 por que gastar R$70,00 com o determinado pela regra?

Por causa da tragédia de Santa Maria, as regras sobre as casas noturnas serão modificadas. As pessoas, porém, continuarão as mesmas. E o que temos a fazer é criar as condições para que as pessoas mudem e sejam, de fato, humanas! Para isso temos que superar esse saber pseudocientífico e difundir um saber que incorpore a dimensão da energia na sua visão de mundo. A teoria da energia material humana é uma proposta que vai nesse sentido.

Chega de regras. Chega de normas. Chega de leis. Chega deste Estado cada vez mais paternalista a nos dizer o que, porquê, onde e como fazer. Recuperemos a dimensão do espírito.

Essa é a lição que deveríamos tirar da tragédia de Santa Maria!