Castração pela gula e fase genital
É na fase genital que nos tornamos ou não sujeitos de nossa própria história
Para Freud não é fase genital e, sim, fálica, pressupondo a inexistência de genital feminino! O que já é uma aberração em relação à natureza! Mas, pior que isso, é sua afirmação de que o maior desejo do indivíduo é a volta ao útero materno! O que nega os fundamentos da evolução humana, afirmando, ao contrário, o sentido da involução.
Seria burrice de nosso Freud? De maneira alguma. A questão é que ele toma a civilização greco-judaica, a atual cultura dominante, como sendo de toda a espécie humana. E para essa cultura suas afirmações são mais do que corretas: a mulher não tem referência em si e o sentido de nossa história é o da involução. Tanto é assim que também ele afirma que, a continuar a prevalência dessa civilização, podemos imaginar o fim da espécie humana.
Como vimos no nosso último informativo temático – “castração pela gula e fase anal”–, os indivíduos de nossa cultura têm tido dificuldades para superar a fase anal e, consequentemente, adentrar à fase genital. Essas dificuldades tem tido consequências desastrosas em nossos comportamentos, hábitos e valores. Talvez a pior esteja no comprometimento negativo na formação e desenvolvimento do superego. E com um superego comprometido, o outro não importa, o ambiente fica reduzido a um conjunto de coisas e nossa relação com ele passa a ser apenas de interesse.
Só de interesse mesmo, pois que o verdadeiro prazer não conhecem. Não tiveram seu desejo respeitado em nenhuma das fases anteriores, só conheceram a dimensão do alívio. Pior ainda, aprenderam a chamar esse alívio de prazer. Com seu desejo reprimido, como identificar e respeitar o desejo do outro?!
Esse quadro se agrava com o bloqueio quase total da vivência e amadurecimento da fase genital!l Sem o genital amadurecido surgem e passam a ser normais tudo quanto é tipo de relações “sexuais”, como expressão de uma sexualidade reprimida e doentia!
É nessa fase que deveríamos desenvolver nossa capacidade de reprodução energética, de nos relacionarmos e de amadurecermos nossos mecanismos orgânicos que nos capacitam a sermos produtores/reprodutores de vida durante a fase seguinte, a sexual.
Até a fase anal, a criança não passa de receptora de energia material humana, apenas processando-a para seu crescimento. Na fase genital ela passa, além de processar, a também reproduzir essa energia na formação de seu ego que está se consolidando. É isso que fará dela um adulto maduro e pronto para produzir sua própria energia. É isso, também, que lhe propiciará um diálogo permanente com sua alma, na busca de sua identidade. Só assim poderá se livrar dos espíritos que tentam sufocá-la (inconsciente coletivo histórico), tornando-se um adulto realmente livre e dono de sua própria história.
Com a sexualidade genital bloqueada e reprimida, separada do coração, dificilmente o indivíduo terá capacidade de iniciar e de manter relacionamentos maduros, infantilizando todas as suas relações e tornando-se cada vez mais impotente diante da vida e do sexo, e por isso, egoísta e individualista, vivendo só relações de interesses que têm como base o medo e não o amor.
Talvez isso explique a crescente miséria cultural e social. Disfunções e aberrações sexuais cada vez mais presentes e até assumindo ares de movimentos “revolucionários”!
E para complicar mais ainda, grande parte desses indivíduos preservarão sua capacidade biológica de procriar. Que cria surgirá? Só Deus sabe! Sabe e sofre porque é sua criação que está sendo cada vez mais corrompida!