Tecnologia e Sabedoria Popular

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
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Tecnologia e Sabedoria Popular

Se a tecnologia é uma extensão do próprio homem, ele tem agredido a natureza ambiente porque tem se agredido primeiro.

Ensinam os clássicos da economia que a tecnologia é uma extensão do próprio homem. E o exemplo histórico é o do bastão. Com esse, seguro em minhas mãos, multiplico minha força por algumas vezes. Já sabia disso o homem das cavernas, não só para se defender de inimigos como também para prover sua subsistência. Basta que nos lembremos do tacape, da alavanca, do martelo, da foice, da enxada, etc.

Se o bastão é extensão do homem que dele se serve, também o computador o é.

Assim como a própria robótica. O que nos põe muito para pensar. Por que, diante desses avanços da tecnologia, nos sentimos, por vezes, tão impotentes e, até, medíocres?

Acho que a resposta está no nosso próprio processo de evolução tecnológica.

Estamos vivendo um momento de perplexidade e, até mesmo, de pânico. A mesma ciência que criou e sustentou esse processo de evolução está a nos afirmar que, se não mudarmos de paradigma, corremos o risco (existem divergências apenas quanto ao tempo) de tornar nosso planeta inabitável para o ser humano. É o efeito estufa! É o derretimento das calotas polares, com conseqüente inundação de várias faixas de terra costeira! É a falta de água potável! É o aumento de temperatura ainda incalculável! São epidemias novas cada vez mais próximas umas das outras.

A urgência de mudança se mostra cada vez mais atual. Autoridades e instituições, que jamais levaram essa questão a sério, começam a mudar de posição. E uma lição parece emergir desse processo: a mudança tem que ser geral, atingindo a todos e a cada um. Com mudança de postura, de comportamentos e de hábitos.

Concordo com tudo isso. Só ainda não li nem ouvi falar da maior lição que deveríamos estar tirando de tudo isso.

Que nós, seres humanos, também somos natureza, ninguém nega. O que pode gerar um pouco de polêmica é o coeficiente de natureza ou de história que carregamos. Ora, se a tecnologia é uma extensão do próprio homem, e a que temos desenvolvido é de agressão à natureza ambiente, é porque nossa evolução tem sido no sentido de agressão à nossa própria natureza humana. E se assim é, está aqui a causa de todos os nossos males individuais, sociais e, também, ambientais: não sabemos lidar com a nossa própria natureza humana e, por isso, a estamos agredindo diuturna e sistematicamente e, por via de consequência, desrespeitando e agredindo a natureza ambiente.

Essa, no meu entender, é a maior das lições que deveríamos estar tirando de tudo o que está acontecendo. No momento em que essa lição se entranhar na consciência coletiva, estou convicto de que tudo mudará. O ser humano buscará ter uma relação harmoniosa com sua própria natureza, potencializando-a, e passará a interagir respeitosamente com o meio ambiente.

Esse sempre foi o principal traço de racionalidade da Sabedoria Popular! Isso porque ela jamais desconsiderou a dimensão de energia na matéria. Pelo contrário, sempre a considerou tendo-a como determinante. Ou por outra, para a Sabedoria Popular, a realidade material vai além do que seja visível, mensurável, palpável e ponderável. E o ser humano, como parte da realidade material, também é produtor/reprodutor de energia: a energia material humana que, por ser ambivalente, pode ser vital/positiva ou mortal/negativa.

A vital/positiva é calorosa, perfumosa, oleosa e doce, resultado de uma relação harmoniosa com nossa natureza ao vivenciarmos o modelo de fusão genital e, por isso, fazendo-nos saudáveis e amorosos. Já a mortal/negativa é frígida, fétida, seca e salamarga, resultado de uma relação agressiva com a nossa natureza ao vivenciarmos o modelo de fissão genital, e, por isso, produzindo/reproduzindo essa energia que é matéria prima de todos os nossos males individuais e coletivos, e de uma postura de desrespeito e agressão à natureza ambiente.