NATAL: convite à humildade

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
Disciplina Por uma pedagogia do prazer no ENDIPE/Fortaleza
20/05/2014
Disciplina UFMG 2015
19/05/2015

NATAL: convite à humildade

Aos homens do povo, os pastores, o anúncio foi feito diretamente por Deus através das vozes de seus anjos, que, em seguida, entoaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”

Aos nobres homens da ciência oriental, os reis magos, o nascimento do Salvador foi anunciado por Deus, indiretamente, através de um sinal da natureza que seu saber permitia intuir: a estrela guia.

Aos nobres homens da “ciência” ocidental, a greco-judaica, Deus já não conseguia mais falar, nem direta nem indiretamente. Seu saber já se baseava em uma noção de matéria que negava a dimensão da energia. E, assim, esse saber se espalhava e se consolidava na negação da dimensão do espírito e no endeusamento apenas da letra da lei, implantando o reino do orgulho e da aflição.

Por isso enviou o seu Filho para recuperar a dimensão do espírito e ser o exemplo ideal de humildade e de paz.

“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”

Boa vontade é nos sabermos gregários. É se ter a consciência de sermos seres em construção, em evolução. É, portanto, nunca nos sentirmos prontos, pois só nos desconstruímos/reconstruímos coletivamente. E essa ação coletiva só será eficaz se forem humildes os seus sujeitos. Só a humildade nos dá a consciência de nossos limites/potencialidades individuais e coletivos.

Talvez seja essa a marca principal da Sabedoria Popular (os pastores). Certamente pela sua proximidade da natureza, sabendo-a poderosa e de dela depender completamente a sua sobrevivência. Daí o seu respeito a ela e o zelo em com ela se relacionar.

Contrariamente, nosso saber mecanicista/tecnocrático, expressão máxima da cultura Greco-judaica, tem-nos levado a uma relação cada vez mais de agressão à natureza, tornando-nos egoístas, orgulhosos e soberbos, a ponto de ensinarmos a nossos filhos não a humildade, mas o medo de cultivá-la.

Seria essa, então, a principal marca de nossa atual cultura: o medo da humildade?!

Por isso que Cristo veio combater esse saber, contrapondo-lhe um outro que leve sempre em conta a dimensão do espírito e, em especial, o espírito da humildadeTomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma “

Esse é o principal espírito de alguém de boa vontade: para sobreviver, para viver, para conviver, para amar.

Só na paz viceja o verdadeiro amor (lógica do prazer). Já a aflição é o terreno fértil do desamor, do ódio, do orgulho, da inveja, da gula, da luxúria e da cobiça (lógica do alívio).

Deixemos que Ele renasça em nossos corações! Que neste Natal busquemos expulsar de nós mesmos o espírito do orgulho e da aflição, para dar lugar à paz e à humildade. E oremos ao Menino-Deus:

“Jesus manso e humilde de coração tirai de minh’alma toda a aflição,

deixando só vossa paz no meu coração. Só paz e humildade, no meu coração!”