41 – Teologia e Sabedoria Popular

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
Racionalidade e espiritualidade cristã
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42 – COVID-19 e Energia Material Humana
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Enquanto o Cristianismo dialogou com a Sabedoria Popular ele viveu em processo de expansão

Por uma teologia da Sabedoria Popular

 

A evolução humana é determinada pela superação do cio biológico que se caracteriza pela fusão genital, mas é periódico, (já que o desejo da fêmea se expressa por ciclos e desaparece na gravidez), na busca do cio psicobiofísico, que também se caracteriza pela fusão genital,  podendo ser permanente, pois é determinado pela psiqué dos parceiros.

Esse processo se inicia com o chamado pecado original. Daí ser ele o X da questão humana, porque a partir dele o ser humano se afasta cada vez mais do modelo sexual de fusão genital, criando e vivenciando cada vez mais o modelo sexual de fissão genital.

Nessa busca, o ser humano se debate entre duas lógicas: uma de respeito e outra de agressão à sua própria natureza. Respeitando-a (fusão genital), ele produz/reproduz energia material humana vital/positiva (EMH+)Agredindo-a (fissão genital), passa a produzir/reproduzir a energia material humana mortal/negativa (EMH-).

 

Essa energia material humana mortal/negativa é a expressão concreta do que a teologia chama de mancha do pecado original. E é essa energia não debelada e, geralmente cultivada (nossa cultura), que é a matéria prima de todos os males e incapacitações do indivíduo, fazendo com que suas vontades geralmente não expressem seus desejos e, frequentemente, expressem exatamente o contrário.

 

Como o saber dominante evoluiu no sentido de negar a dimensão de energia na matéria, não temos aprendido a nos livrar das cargas de EMH-, passando a cultivá-las. Com isso, cada vez menos estamos aptos a sermos sujeitos/objetos de prazer.  Passamos então a considerar prazer aquilo que na sabedoria popular é apenas alívio: uma descarga de energia material humana mortal/negativa que nos dá uma sensação de bem estar momentâneo e passageiro.

 

O pecado, mesmo agredindo a natureza, propicia essas descargas e por isso tem sido considerado pela maioria como fonte de prazer. Na realidade, ele não passa de fonte de alívio e de mais energia material humana mortal/negativa.

 

A lógica da Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão de energia na sua visão de mundo. Por isso, sempre buscou uma relação de respeito com a natureza, criando meios de se desfazer da energia material humana mortal/negativa (alívio) para cultivar a energia material humana vital/positiva (prazer/virtude), fruindo o fluir dessa energia produzida pelas relações. Talvez, por isso, tenha sido historicamente a grande interlocutora do Cristianismo, a quem proporcionou, na prática, expansão e consolidação.

 

É, pois, chegada a hora da filosofia dessa Sabedoria ser também escutada pela Teologia, para iniciarmos uma nova etapa em nossa era cristã: a busca de uma nova inocência original.