Racionalidade Mecânica (ou Bruxa?)

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
Uns Comem Pra Viver, Outros Vivem Para Comer
02/04/2020
Afogando as mágoas ou um santo remédio!
02/04/2020

uma dita racionalidade que negue a dimensão da energia em alguma matéria não passa de racionalização

G.Fábio Madureira

Racionalidade bruxa
se baseia na impotência
da mulher no genital
colocando em seu bucho
toda a sua referência,
reprimindo o natural.

Tem na tal dicotomia
sua visão do real
e na fêmea toda fria
o que deve ser normal.

E é na força da frieza
que se encontra a bruxaria,
fazendo da natureza
um objeto de agonia.

E faz sujeito do homem
e da mulher, objeto;
tornando sujeito a fome
deste mundo abjeto.

De uma ausência vaginal
e uma alma em fantasia,
sendo referencial
o clitóris e euforia.

Sem sentir o outro em si,
sem pressão, sem sentimento,
faz dos arredores  fim
e do fim, só fingimento.

Mas o homem se acredita
um machão super-potente
e decreta e edita
um modelo diferente

daquele que a natureza
em todos nós colocou,
da dialética beleza
que pro homem Deus criou.

Um modelo que se assenta
no poder de não se dar
e que nada acrescenta,
pois só sabe se negar.

Repousa na aparência,
no valor da fantasia,
despreza a real essência
desta vida em harmonia.

Não tem jeito de sentir
o real se processando
e é negando o fluir
que se vai aprimorando.

Vê o mundo só estático,
em várias categorias,
seu valor é só no fático,
não entende a energia.

Se entende, não revela.
_ E este é o seu segredo:
se se entende, tudo mela
e esse é seu grande medo.

Medo de se desvendar,
de que o medo é sua força.
E pra todos tapear
não há verdade que não torça.

Modifica a natureza,
chama tudo de normal,
aquilo que com certeza
é mais que anti-natural.

Da natureza tem pejo,
se acredita superior,
reprimindo seu desejo
num ritual castrador:

de hábitos impensados
que só alimentam o medo,
de um jeito todo herdado
de vidas em arremedo.

Nunca percebe  o que é,
mas o que significa.
Nisso põe toda sua fé
e é a Deus que reifica.

Sua fé é no visível,
naquilo quantificável,
com aparência e tangível
que pode e é mensurável.

Mas negando o invisível,
nele mesmo se baseia,
pois cultiva só o vício
e as virtudes só tapeia.

II

Esse modo de pensar
que na bruxa se assenta
vai um dia se dobrar
à magia que apascenta.

No fundo do seu penar
todo homem que ser bom.
E a magia vai reinar
pro homem viver seu dom.

Isso vai acontecer,
como dois e dois são quatro,
se a magia se mirar
e sua força conhecer,
a bruxa desmascarar,
limpando todos os seus rastros,
não os deixando renascer.